Foi-se o tempo em que a CES, a maior feira de eletroeletrônicos do mundo, que acontece esta semana em Las Vegas, se resumia apenas ao lançamento de novos produtos. Neste ano, uma das principais apostas é a criação de serviços e assistentes inteligentes embalados pelos avanços da inteligência artificial (IA) generativa.
Nos corredores do evento, é possível listar as opções mais distintas. De sistemas que reconhecem emoções ou o tipo de pele em espelhos inteligentes para prevenir o envelhecimento até sistemas pré-treinados (GPTs) específicos para ciclistas. Mas a estratégia não envolve apenas startups. Gigantes como Samsung, LG e TCL também estão apresentando suas apostas.
— Há uma crescente demanda por tecnologias que aprimoram experiências personalizadas — afirma Wooju Jung, CEO da coreana inDJ, uma startup que vem desenvolvendo sistemas de IA para o reconhecimento de emoções com o objetivo de tornar as interações homem-máquina mais “empáticas”.
Hayley Romer, diretora da Art Basel, destacou a importância de levar arte para dentro de cada de forma acessível.
— Levar a arte para dentro das televisões abre novos horizontes entre a mídia digital e o real. O objetivo é tornar a arte acessível às pessoas de forma simplificada e mais rápida.
Assistente para ciclistas
Mas as apostas vão além do segmento de beleza. A fabricante de bicicletas Urtopia apresenta na CES o Urtopia GPT, um assistente de voz dedicado ao ciclismo. Desenvolvido pelo ChatGPT, o recurso baseado em IA oferece dicas, assistência e entretenimento durante as viagens. Assim, os ciclistas podem interagir com as bikes, ganhando um companheiro de IA que fornece navegação, alertas de segurança e até mesmo incentivo motivacional.
— Nosso ecossistema de software oferece integração com plataformas como Google Maps, Strava, Apple Health e Apple Watch. Construímos um conjunto de controles eletrônicos que se comunicam com o aparelho e a nuvem. Há cartões eSIM para formar uma arquitetura de sistema de telefonia móvel em forma de bicicleta. Queremos criar um ecossistema inteligente de software e hardware — afirma Rachel S., especialista em Marketing da Urtopia.
Agora, a empresa pretende ampliar sua atuação para além das bicicletas. Segundo Rachel, o objetivo é conectar capacetes, anéis, relógios e óculos inteligentes de realidade aumentada.
— A ideia é formar uma experiência geral de pilotagem inteligente e construir um sistema de produtos ecológicos de pilotagem.
Dublagem em tempo real
Até o serviço de dublagem ganhou uma nova versão. A startup AunionAI-DUB está demonstrando um sistema que dubla para o idioma local de forma automatizada e instantânea via IA. São dezenas de opções de línguas. Hong Kook Kim, CEO e fundador da AunionAI e professor do Instituto de Ciência e Tecnologia de Gwangju (GIST), aproveita a CES para buscar parceiros globais, que estão de olho em eficiência das despesas:
— A ideia é capacitar empresas em todo o mundo para alcançar um maior crescimento através da capacidade de agilizar fluxos de trabalho e reduzir custos.
Amenizando o envelhecimento
De olho nesse potencial, a Twinit, da EntreReality, com a ajuda de IA e visão 3D, investe em sistemas para analisar as características individuais da pele, como tom, forma e envelhecimento, para ajudar empresas a venderem o tipo certo de cosmético. A companhia já selou parcerias com mais de 200 marcas interessadas em elevar as vendas. Um dos focos é desenvolver soluções antienvelhecimento, alavancando sua análise de pele 3D alimentada por IA.
— As diversas características da pele representam uma excelente oportunidade. Ao integrar nossa expertise acumulada em tecnologia humana digital e dados, pretendemos criar um modelo de serviço unindo beleza e IA — diz Dongyun Lee, CEO da Twinit.
O repórter viajou a convite da Samsung
