Heidi Ganaden e seu marido Junjun nunca imaginaram que administrariam um hotel à beira-mar na ilha de Siargao, nas Filipinas. Ambos tinham carreiras corporativas na capital Manila — ela na área de telecomunicações e ele como arquiteto paisagista. Apaixonados por surfe, conheciam pouco a ilha até uma viagem em 2018 para visitar amigos que tentavam abrir um negócio na região.
Pouco depois, receberam uma ligação sobre um terreno disponível para aluguel. Inicialmente, pensaram em construir apenas uma cabana para uso pessoal, mas a localização central e o crescente turismo os fizeram repensar. “Na verdade, não tínhamos ideia de um hotel no começo. Foi realmente um acidente”, ela diz. “Estávamos em um local central e pensamos que seria um desperdício apenas alugá-lo a longo prazo, então acabamos construindo um pequeno hotel.
Em 2019, assinaram um contrato de 15 anos e começaram a construir o estabelecimento chamado Lubihan, que hoje conta com 13 quartos para hóspedes. O negócio conta com seis funcionários fixos, incluindo um responsável pela operação que mora no local.
Segundo relato da empreendedora ao Business Insider, a construção foi desafiadora devido à escassez de materiais e mão de obra qualificada na ilha. Para contornar o problema, usaram materiais pré-fabricados e trouxeram trabalhadores de Manila. No total, investiram cerca de 20 milhões de pesos filipinos (US$ 340 mil).
“Como meu marido é arquiteto paisagista, ele conseguiu fazer tudo funcionar”, diz Ganaden, acrescentando que o espaço conta com um jardim e um lounge nos fundos.
Em 2020, a pandemia do coronavírus impactou o turismo, mas eles conseguiram alugar alguns quartos para viajantes retidos na ilha e continuaram as obras. Quando o turismo começou a se recuperar, o supertufão Rai atingiu Siargao em dezembro de 2021, destruindo parte do hotel e deixando a ilha sem energia e comunicação por meses. Com a ajuda da comunidade, conseguiram reconstruir o empreendimento.
Sem experiência no setor hoteleiro, o casal enfrentou desafios operacionais, aprendendo na prática sobre manutenção, escolha de materiais e otimização de processos.
Atualmente, a rotina de Ganaden envolve levar sua filha à escola, gerenciar reservas e supervisionar o hotel. No tempo livre, ela e o marido aproveitam a vida na ilha, que inclui surfe e encontros informais com outros empreendedores locais.
A empreendedora conta que aprecia a forte comunidade local e a liberdade da nova rotina, mas sente falta de algumas comodidades da cidade. “Não temos nenhuma rede de fast food na ilha. Isso é bom e ruim, porque às vezes dá vontade de comer um hambúrguer.”
Para equilibrar, ela viaja com a família a Manila a cada três meses.
Mesmo sem experiência prévia no setor hoteleiro, a empreendedora acredita que a carreira anterior foi essencial para o sucesso do hotel. “Estávamos com medo, mas sabíamos que, por causa da disciplina que adquirimos nos empregos corporativos, conseguiríamos sobreviver e encontrar um jeito de fazer dar certo”, diz.
