Oito meses após ser adquirida pela Di Santinni, a Capodarte está passando por um processo de rebranding, com foco em recuperar mercado, ao mesmo tempo em que investe R$ 15 milhões para aumentar sua produção.
“Quando assumimos a marca, conversamos internamente e entendemos que precisávamos modernizar a Capodarte, que estava há muitos anos sem nenhuma modificação. Se você olhar, todas as grandes marcas, em algum momento, precisam de uma atualização “, diz Artur Tchilian, CEO do Grupo DS, dono da duas marcas.
A empresa colocou R$ 1,5 milhão no pacote de modernização, que inclui mudanças na logomarca e na identidade visual e também um novo layout para as suas lojas. Já a fábrica, localizada em Sapiranga (RS), está passando por uma renovaçao de equipamentos e estrutura. Hoje, a companhia produz 200 pares de sapatos por dia na planta de 2,7 mil metros quadrados. O objetivo é chegar a 500 pares ainda no primeiro semestre e mil ao final do ano.
A Capodarte possui atualmente 42 lojas, todas franqueadas. Com os investimentos, a ideia é abrir de 10 a 15 novas unidades em 2025, todas já com o novo modelo — as antigas serão gradualmente modernizadas, com o franqueado arcando com o custo. “Em 24 meses, todas devem estar no novo layout”, afirma Tchilian. A meta para os próximos cinco anos é chegar a 200 unidades, tendo 15 próprias.
“Ninguém está fazendo loucura, teremos paciência nessa mudança porque todos os franqueados estavam muito maltratados. Queremos preservar o DNA da marca: a intenção é mostrar para o cliente que continua sendo a Capodarte, mas rejuvenescida”, diz o executivo.
Para a nova identidade, a paleta de cores, que antes era neutra com tons de bege, foi renovada e ganhou verde-oliva e vermelho. O monograma foi ajustado para maior fluidez. Já a logo terá uma tipografia mais leve, com design minimalista. O layout das lojas conta agora com detalhes em couro e metal.
Franquias:
Com um tíquete médio de R$ 550, o mix de produtos também passará por atualização. A empresa voltou a priorizar o couro, abandonando o uso de materiais sintéticos. Antes da aquisição, esse tipo de peça respondia por 60% do portfólio. Atualmente, 90% já são sapatos em couro.
A rede seguirá apostando no público A e B, com estratégias diferentes da Di Santinni, que foca nas classes C e D. A expectativa de Tchilian é fechar 2025 com uma receita de R$ 220 milhões, com crescimento de 15% em Same Store Sales.
Fundada em 1994, a Capodarte passou por um período difícil antes da aquisição, com falta de produtos e problemas de gestão. Sua antiga dona, The Shoe Company, esteve em recuperação judicial até o fim de 2023. O faturamento da Capodarte passou de R$ 120 milhões naquele ano para R$ 80 milhões em 2024.
De acordo com o CEO, nos oito últimos meses, o Grupo DS vem focando também na modernização dos sistemas da Capodarte. “Foram meses difíceis, buscando soluções. Mas as decisões foram acertadas, e estamos muito felizes com o resultado”, conta Tchilian.
A companhia oferece hoje um formato de loja com 40 metros quadrados, com investimento em torno de R$ 500 mil e estimativa de payback de 24 a 30 meses.