Uma cafeteria em formato dark kitchen, sem atendimento ao público e que só envia os pedidos por delivery. Essa é a proposta da nova aposta da Splash Bebidas Urbanas, rede de franquias fundada pelo casal Brunna Farizel e Lucas Moreira, que tem como sócia a apresentadora e empresária Sabrina Sato. O projeto demandou um investimento de R$ 50 mil e a expectativa é abrir 25 unidades em São Paulo em 2025. Os detalhes foram revelados em primeira mão a PEGN.
Até o momento, o novo formato tem cinco pontos em implantação, com previsão de inauguração em março. De acordo com os fundadores, a ideia do novo projeto nasceu após a percepção do crescimento da demanda por um modelo com investimento menor. Além da alta performance do delivery nas 60 lojas físicas da marca.
“Hoje todas as nossas lojas têm delivery e vimos que, em algumas, o percentual de faturamento só com as entregas chegava a quase 50%. Se separarmos o custo do delivery e o de uma loja, sem dúvida nenhuma, é muito mais baixo”, explica Moreira, CEO da marca. “E essa operação enxuta despertou nosso interesse”, acrescenta.
Fundada em 2018, a Splash Bebidas Urbanas entrou para o franchising no mesmo ano e trabalha com delivery desde 2019. Hoje, está com 70 unidades vendidas, sendo que 60 estão funcionando. Dessas, duas são próprias. Com a dark kitchen, os fundadores acreditam que terão um acréscimo no faturamento de 20% neste ano — a rede não abre a receita, mas afirma que teve um aumento de 10% em 2024 em comparação ao ano anterior.
Com o investimento de R$ 49,9 mil, esta será a única microfranquia da marca. Até o ano passado, a Splash tinha outro formato que custava R$ 135 mil — o teto de investimento para que um negócio se enquadre como microfranquia, segundo parametrização da Associação Brasileira de Franchising (ABF) —, mas, por questões comerciais, atualizou o valor para R$ 150 mil. Além da dark kitchen, a rede conta com outros quatro formatos.
Franquias baratas:
“Nós queremos que este novo modelo torne-se uma porta de entrada para todo o ecossistema Splash. Às vezes o franqueado está descapitalizado no momento, mas tem interesse pela marca, então ele conhecerá a gente com uma operação similar no manuseio das bebidas e alimentos, mas sem o gasto de mobiliário”, diz Farizel.
Os fundadores afirmam que dark kitchen terá entre 10 e 15 metros quadrados e a própria franqueadora fornecerá todos os produtos pré-preparados, como doces e salgados congelados. Está incluso no investimento também o maquinário para o preparo das bebidas como café o carro-chefe da casa, a bebida Fraplash. O franqueado irá manusear todos os produtos conforme as normas sanitárias.
Com um tíquete médio de R$ 40 — em lojas físicas ele fica em R$ 32 — o novo formato contará com o mesmo mix de produtos das unidades físicas tradicionais, incluindo bebidas, salgados e doces. Farizel acredita que o formato pode ser uma oportunidade para empreendedores que desejem atuar em horários que não costumam ter tantos movimento.
“Uma pizzaria, por exemplo, cobre o jantar e ao longo do dia ela fica com aquele estabelecimento parado. Ele tem espaço, existe uma demanda e o empreendedor já entende o funcionamento do delivery e por isso acreditamos nesse público”, conta a empreendedora.
De acordo com um estudo do iFood, feito em parceria com a consultoria de foodservice Galunion, os pedidos de café da manhã tiveram um crescimento de 31% entre o período de 2023 e 2024, e metade disso era atendido por padarias. “Apenas 19% dos estabelecimentos parceiros do iFood estão abertos nesse horário, indicando um nicho promissor a ser explorado”, afirmou a empresa, na ocasião.
Mas a Splash tem olhando para outros horários, além do café da manhã. Moreira afirma que estuda a possibilidade de expansão do cardápio com opções para o almoço e jantar. A ideia é ampliar o horário de atuação e funcionar ao longo do dia com o delivery, “em um segundo momento, essa novidade poderá ser replicada para as lojas físicas, mas, por enquanto, a prioridade será por meio das entregas”, explica.
O raio de atuação do delivery será definido pela própria plataforma do iFood e o franqueado precisará de um funcionário, além dele próprio, para operar o negócio. O prazo que estimam de retorno do investimento será de até 12 meses.

Expansão para Portugal
Além do crescimento doméstico, a empresa também está expandindo para Portugal, com a abertura da primeira loja em Matosinhos, em março, por meio de um máster-franqueado que está investindo R$ 1 milhão no projeto. A Splash espera abrir entre 70 e 100 unidades em Portugal em até quatro anos.
Para especialistas consultados por PEGN, a expansão internacional é uma tendência do franchising brasileiro, que vem buscando a redução da dependência de vendas internas assim como o potencial para produzir marcas mais competitivas.