Padronização, aposta na experiência e uma pitada de pistache são os ingredientes da receita adotada pela Cacau Show neste ano para aumentar o faturamento de suas lojas. A previsão é que a rede feche o ano com 4.750 unidades – cerca de 200 a mais do que tem agora – e um faturamento de cerca de R$ 6,8 bilhões, mais de 30% acima do ano passado. Desde 2022, a marca tem inaugurado entre 500 e 1 mil franquias por ano.
O plano de reestruturação, que agora chegou aos pontos físicos, começou há dois anos, quando a empresa resolveu fazer um raio-x de sua comunicação com os clientes. Na pesquisa, foram identificados cerca de 20 tipos de loja. A missão, então, passou a ser padronizar tudo, tendo como base as Mega Stores, lojas que possuem uma experiência completa da marca.
“Queríamos que todo mundo soubesse que estava entrando em uma loja nossa, mesmo sem ver o nome”, diz Daniel Roque, vice-presidente da marca, em entrevista a PEGN.
De lá para cá, 36 lojas já operam no novo formato, batizado de Intensidade – dez delas são novas e já nasceram com o novo design. O investimento tem trazido resultados na ponta, de acordo com Roque: em outubro, as mesmas unidades que a rede tinha no mesmo período do ano passado (same store sales) cresceram 16,9%. Nas lojas reformadas, o índice tem chegado a 27%.
A rede adotou uma paleta de cores mais com identificação com o fruto do cacau. A cenografia inclui também folhagens, cordas e outros adereços que remetem a uma fazenda. “Construímos uma árvore de trufas que é literalmente uma árvore, com elementos que remetem a galhos e troncos”, explica.
Outras novidades ainda devem entrar em cena, sobretudo com o apoio da inteligência artificial, que ajudará a medir a satisfação do cliente durante a jornada de compra no estabelecimento. “A loja do futuro tem tecnologia e elementos naturais, mas o fluxo de compra também vai ser mais fluido”, afirma. Algumas dessas experiências foram testadas no Latam Retail Show em São Paulo, em setembro, mas só devem chegar às lojas a partir do início de 2025.
Outra mudança de peso está no maior uso do pistache. Produtos com o item passaram a ser vistos com mais frequência nas gôndolas – assim como em boa parte do varejo – e já têm performado no faturamento geral da marca. Roque assegura, porém, que o protagonista é e continuará sendo o chocolate.
Franquias:
A elevação dos preços do cacau levou a Cacau Show a fazer repasses de 13% a 14% nos preços de parte dos produtos, notadamente aqueles cuja variação de valores não costuma ser tão sentida pelo consumidor. O índice está acima da inflação — o acumulado de 12 meses é em 4,47% —, mas menor do que a média do mercado de chocolates, de 18%, segundo a consultoria Kantar. Uma projeção de 12 meses do Valor Data mostra que, até julho deste ano, o cacau valorizou 121%.
Essa foi uma das razões que levou a marca a explorar outros itens do portfólio. “A alta nos preços do cacau é um dos motivos que nos levou a isso. Nos adaptamos a essa realidade e estamos trabalhando em cima do portfólio que temos. Mas, no fim das contas, vai sempre um pouco de cacau em tudo”, diz.
Em outubro, a marca lançou um festival dedicado ao pistache, com planos de faturar R$ 100 milhões com os 10 produtos da linha, em 20 dias. Produtos com a oleaginosa representam cerca de 1,5% do faturamento das operações ao longo do ano, mas já passam dos 6% durante a campanha. Roque aposta que o item se sustente em cerca de 3%. “É um produto que vai agregar”, diz.
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O pistache também deve se fazer presente na campanha de Natal. De acordo com Roque, a projeção é crescer de 15% a 20% nas vendas no período, com o foco nas linhas tradicionais, novos sabores e em licenças que ajudaram a marca a ganhar a atenção das redes sociais recentemente, como Harry Potter.
Em um ano em que anunciou compra do Playcenter, inauguração de resort e parque indoor e negociações para um parque temático em Itu (SP), a Cacau Show se prepara para reabrir no dia 7 de novembro sua fábrica de Linhares (ES), que pegou fogo no ano passado. No próximo ano, a internacionalização já está na mira.