De acordo com estimativas, 305 milhões de startups são criadas anualmente ao redor do mundo, mas apenas 10% sobrevivem. Com a alta competição, é essencial se destacar da concorrência e a construção de uma marca forte possibilita maior atração e fidelidade de clientes. O processo para isso é chamado de branding.
O tópico foi tema de um painel no Web Summit Rio 2024 com Roberta Savattero, diretora de marketing da fintech Clara, e Brisa Vicente, CEO da agência de comunicação Soko, mediado por Juliana Ventura, editora-executiva de Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
O branding pode ser traduzido como a forma que uma marca é percebida pelo público em todos os pontos de contato. Para criá-lo, é essencial saber o que a sua empresa faz, o que quer comunicar e onde quer estar. “O branding é mais do que logos e cores utilizadas. É tudo o que você faz para se conectar com os consumidores. Reduzi-lo a isso é como dizer que as pessoas são seus nomes e roupas, quando é algo mais amplo”, pontuou Savattero.
Vicente contou que a agência trabalha de perto com startups, desenvolvendo branding para elas, como a Fazenda Futuro, que buscou o serviço antes mesmo de ser lançada no mercado. Como as startups costumam ser inovadoras e, muitas vezes, criam novos mercados, o branding pode ajudar a comunicar o propósito. “Quanto antes começar é melhor. Nós trabalhamos com startups em estágios diferentes, mas o melhor resultado vem quando estruturamos a companhia ou o produto em parceria, no estágio inicial”, comentou.
Savattero destacou que o Custo de Aquisição do Cliente (CAC) tende a crescer se a conexão com os consumidores não for criada no início, com comunicação clara sobre o que se faz. “Quando você tem uma marca mais forte, os clientes podem perdoar seus erros durante o processo pelo laço criado com a empresa. Se você não fizer um bom branding, pode criar uma percepção diferente na audiência do que você queria mostrar e vai custar caro para mudá-la.”
Outro ponto importante é entender que o branding deve ser reproduzido por todos os departamentos da empresa, não apenas na comunicação com o público. “Branding é sobre criar percepção. Você deve ser consistente em diferentes setores: recursos humanos, produto, operação, marketing. Todos devem saber o que a marca representa e como agir em prol disso”, contou Savattero. Como exemplo, ela trouxe uma situação: se a sua empresa vende um produto ou serviço que promete agilidade, ela não pode demorar semanas para responder às demandas de clientes.
Por fim, as especialistas falaram sobre rebranding, processo quando empresas mudam de nome e identidade visual. Vicente pontuou que passar por uma nova construção de marca é muito caro, portanto acabam sendo feitas por empresas maiores, há mais tempo no mercado, que desejam se adaptar a um novo momento. Para as startups, a dica é entender os objetivos para o futuro. “Você precisa entender profundamente seu objetivo, fazer conexão com o futuro. Rebranding demanda muito dinheiro, por isso fazer o branding desde o início é crucial”, finalizou.
A cobertura do Web Summit Rio 2024 na Editora Globo é apresentada por Senac RJ e Itaú.