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Após fake news sobre taxação, número de transações via Pix tem a maior queda histórica, diz jornal

Fonte: Redação

O número de transações por meio do Pix registrou, nos primeiros dias de janeiro, a maior queda desde o lançamento do sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central (BC), em novembro de 2020. A queda histórica acontece em meio a uma série de fake news que indicavam que Pix começaria a ser taxado — a repercussão negativa, inclusive, fez com a Receita Federal revogasse a instrução normativa que trata da transmissão das informações sobre as transferências nesta quarta-feira (15/1).

Segundo levantamento realizado pelo O Globo com base nos dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do BC, entre 4 e 10 de janeiro deste ano, 1.250 bilhão de operações Pix foram somadas, uma queda de 10,9% ante o mesmo período de dezembro. O levantamento compara a variação entre dois meses consecutivos desde a criação do Pix, que surgiu em novembro de 2020.

De acordo com o jornal O Globo, antes disso, o maior recuo no número de transações nessa comparação havia ocorrido em janeiro de 2022, na comparação com o mês anterior (-7,5%). Segundo o jornal, o intervalo de dias entre 4 e 10 concentra o maior volume de transferências de cada mês, uma vez que inclui as datas em que a maioria dos salários é paga, o que retiraria vieses de sazonalidade das movimentações.

Ao jornal, o Banco Central afirmou que a variação está dentro do que é esperado pelo efeito sazonal do início do ano. De acordo com integrantes do BC, é considerado normal um aumento de 20% nas transações em dezembro ante novembro. Em janeiro, a queda em relação ao último mês do ano anterior costuma ficar entre 5% e 10%, dizem os servidores que cuidam do assunto na autoridade monetária. Porém, o levantamento do Globo mostra que a maior queda que já houve foi de 7,5%.

Os dados surgem após a repercussão da norma revogada da Receita Federal, que ampliava a fiscalização sobre as movimentações financeiras de pessoas físicas e jurídicas. Com a disseminação de notícias falsas sobre a taxação do Pix, criou-se um temor de que as regras prejudicariam empresas, principalmente aquelas que atuam como autônomas e informais. A Receita nega que o objetivo fosse pegar os pequenos.

Servidores envolvidos na gestão do Pix avaliam que ainda não é possível verificar se há relação entre as notícias falsas e a redução das transferências pelo meio de pagamento. Técnicos do Banco Central ouvidos reservadamente pelo jornal indicam que é necessário mais tempo para analisar possíveis prejuízos.

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