Inspirada pela experiência de revendedora da mãe, que empreendia com semijoias na cidade de Araguaína (TO), Luana Cabral, 38 anos, teve uma ideia de negócio após ser demitida do cargo de gerente de uma loja de joias. Apaixonada pelo mercado, ela decidiu vender seu carro e somar o capital ao dinheiro da rescisão para criar a própria marca, a Luah Semijoias.
Fundado em 2013, o negócio começou dentro do apartamento de Cabral, em São Luís (MA), e tinha como objetivo crescer por meio de revendedoras da região. Hoje, a marca, que é especializada em semijoias banhadas a ouro, conta com 12 lojas espalhadas por seis estados brasileiros nas regiões Norte e Nordeste. Em 2023, a empresa faturou R$ 10 milhões.
“Minha intenção sempre foi criar uma rede de mulheres que pudessem revender meu produto sem depender da vitrine de uma loja, e que os consumidores finais chegassem por meio dessas pessoas, que estariam ganhando e se fortalecendo com isso”, comenta Cabral.
Foi assim que, em 2013, a empreendedora embarcou em um ônibus com destino a São Paulo em busca de fornecedores. O capital utilizado como investimento inicial foi dividido para a compra das semijoias e de outros produtos, como maleta, mostruários, embalagens, personalização de materiais e estruturação do escritório, que começou a operar cerca de três meses após a fundação do negócio. Ainda no primeiro ano, alcançou 40 revendedoras, que chegaram até a marca a partir da divulgação “boca a boca”.
O negócio continuou crescendo, dobrando o faturamento ano a ano e chegando a uma receita de R$ 270 mil em 2016, ano em que a empresária voltou para Tocantins, sua terra natal, e inaugurou sua primeira loja física. O objetivo era aumentar a visibilidade da marca, o que se concretizou no ano seguinte, com a entrada da empresa no mercado do franchising.
“A decisão de expandir por franquias partiu de um pedido de uma pessoa que conhecia a marca e queria participar do negócio. Naquele momento, eu queria continuar administrando a empresa sozinha, então, decidi estudar e formatar o negócio para franquias. Depois de oito meses, vendemos a primeira unidade”, conta Cabral.
De acordo com a empreendedora, apesar da vontade de tornar a Luah cada vez mais conhecida na região, ela decidiu apostar em uma expansão cautelosa, priorizando investidores indicados por outros franqueados e com um modelo que previa um ano de home office para o franqueado antes da inauguração da loja física. Em 2023, a Luah Semijoias alcançou a marca de 10 unidades.
“Nós começamos apenas com o modelo em que a pessoa passava um ano trabalhando de casa, assim como eu fiz no início. A ideia era ter a loja aberta depois de já ter se estabelecido no ramo e se organizado com uma quantidade interessante de revendedoras”, explica Cabral. Em 2019, a empresa lançou um novo modelo, em que o início da operação do franqueador é na loja física.
O investimento inicial para o modelo home office é de R$ 120 mil e para a unidade física é de R$ 198 mil. A empresa estima um prazo de retorno de aproximadamente 15 meses. Segundo Cabral, a oferta da franquia com início imediato da loja vem chamando atenção de novos investidores, levando a empresa a encorajar a escolha pelo modelo. Como resultado, a rede projeta a marca de 20 franqueados até o fim de 2024. Hoje, o empreendimento tem 12 franquias nas regiões Norte e Nordeste e planeja um crescimento espiral, com foco em reforçar a presença no Pará e conquistar os estados de Goiás e Mato Grosso.
Mesmo com o sucesso das lojas, a empreendedora afirma que a principal base de vendas da marca está na revenda, de onde parte cerca de 85% do faturamento do negócio. Com mais de 1,8 mil revendedoras parceiras e a meta de dobrar o número de franqueados até o final do ano, a expectativa é alcançar um faturamento de R$ 20 milhões em 2024, o dobro na comparação com o ano passado.