Com sede em Belo Horizonte, a Dadosfera, startup especializada em soluções de dados e inteligência artificial, já captou US$ 2,2 milhões (Aproximadamente R$ 13.331 milhões) desde sua fundação, em 2019, em rodadas pré-seed e seed, tanto de investimento privado quanto de uma linha de inovação do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Agora, anuncia a entrada de Brian Zaki, de 49 anos, ex-executivo do Google em Belo Horizonte para o quadro de sócios.
De acordo com os fundadores, Allan Sene, e Luis Martins, ambos com 34 anos, o valor captado ao longo do tempo foi essencial para a construção da plataforma e para a estruturação da empresa como uma corporação americana com operação no Brasil. “Essas duas rodadas de investimento foram fundamentais para a construção do produto e a incorporação nos Estados Unidos. Hoje, a Dadosfera é uma empresa americana com operação aqui”, afirma Sene, cofundador e CTO.
A ideia da plataforma surgiu em 2018, a partir da vivência de ambos no ecossistema de dados. Martins retornava do Canadá com experiência como cientista de dados na IBM, enquanto Sene já liderava a comunidade Data Hackers no Brasil. “A gente se juntou trazendo inovações que o Luis viu lá fora e que eu estava identificando aqui no mercado brasileiro. Nosso objetivo sempre foi democratizar a tomada de decisão inteligente”, conta o CTO.
De consultoria a produto escalável
Inicialmente chamada DataSprints, a startup começou desenvolvendo plataformas personalizadas para empresas como Banco Inter e Vallourec. No entanto, os sócios perceberam que esse modelo não era escalável.
“Entendemos que não era viável construir uma plataforma para cada cliente. Por isso, criamos um produto que permite qualquer empresa usar dados de forma estratégica, com baixo custo e sem precisar de um time gigante de especialistas”, conta Sene.
A conquista mais recente na trajetória da startup foi a entrada de Brian Zaki, que se interessou pela trajetória do negócio e passou a integrar a sociedade. Segundo ele, a decisão de se unir à Dadosfera veio após longas conversas com os fundadores: “Passei três horas falando com o Luis na primeira vez. Acreditei muito na visão dele e na proposta da empresa. A sinergia entre nós três foi decisiva”.
Atualmente, a Dadosfera atende 13 clientes nacionais e internacionais, incluindo o Atlético Mineiro, Boston Scientific, SBM OffShore e instituições financeiras. “Temos desde grandes corporações até empresas pequenas que não têm time de dados estruturado. A plataforma se adapta à realidade de cada uma”, comenta o cofundador.
A empresa se destaca por oferecer uma plataforma que cobre todo o ciclo de vida dos dados – da coleta à visualização e aplicação de inteligência artificial – de forma simples e acessível. “O diferencial da Dadosfera é unir tudo em uma única interface, enquanto outras soluções exigem várias ferramentas integradas e uma equipe especializada”, afirma.
A proposta abrange desde a criação de uma fonte única da verdade (centralizar todos os dados de uma organização em um repositório padronizado) até a integração de sistemas e bancos de dados. A Dadosfera já processou 3,5 trilhões de registros desde seu lançamento e processa mais de 300 bilhões de eventos todo mês para entregar análises de dados para seus clientes.
Agora, com uma operação que eles julgam saudável, a startup está de olho em uma nova rodada de investimentos. “Estamos abertos a novos aportes e parcerias que façam sentido para a nossa jornada, mas ainda não há detalhes sobre uma próxima captação”, afirma.
Maturidade no uso de dados é um obstáculo para empresas brasileiras
Sene avalia que ainda há muitas oportunidades de crescimento local. “As empresas brasileiras ainda estão um pouco atrás em maturidade no uso de dados. Mas o Brasil tem um celeiro de talentos incrível, e se souber aproveitar isso, pode criar uma vantagem competitiva contra players globais”.
Zaki complementa e cita o diferencial da startup: “O custo-benefício da Dadosfera é grande, principalmente porque estamos mais próximos da realidade das empresas brasileiras. E mais: o cliente consegue, de fato, conversar com quem está no comando da plataforma”.
Com foco no futuro, a Dadosfera quer consolidar sua presença no mercado internacional e liderar a adoção de agentes inteligentes em ambientes corporativos. “Nosso objetivo é colocar, literalmente, o poder dos dados nas mãos do CEO, com soluções simples, intuitivas e impactantes”, resume Sene.