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ANPD analisa uso de dados pela World, empresa que viralizou por comprar a íris de brasileiros

Fonte: Redação

Com a crescente repercussão dos vídeos em que pessoas contam que estão vendendo a íris para a empresa World, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) emitiu um comunicado sobre a coleta de dados biométricos pela companhia fundada por Alex Blaina e Sam Altman.

Segundo a ANPD, a Coordenação-Geral de Fiscalização (CGF) instaurou um processo de fiscalização da empresa em 11 de novembro de 2024. A World voltou a operar no país naquele mês, após interromper as atividades por dois anos. A Coordenação solicitou que a Tools for Humanity, empresa por trás da World, prestasse esclarecimentos sobre o tratamento dos dados biométricos pelo projeto.

Entre as informações solicitadas, estavam dados sobre o contexto em que ocorrem as atividades de tratamento; os aspectos materiais das operações de tratamento; a transparência do tratamento de dados pessoais; a avaliação de eventuais consequências do tratamento de dados pessoais em relação aos direitos à privacidade e à proteção de dados dos titulares; as medidas de segurança da informação e de proteção de dados pessoais existentes, entre outros.

A Coordenação-Geral de Fiscalização solicitou também o Registro de Operações de Tratamento de Dados Pessoais e o Relatório de Impacto à Proteção de Dados Pessoais.

“Os dados pessoais biométricos, tais como a palma da mão, as digitais dos dedos, a retina ou a íris dos olhos, o formato da face, a voz e a maneira de andar constituem dados pessoais sensíveis. Em razão dos riscos mais elevados que o tratamento desse tipo de dado pessoal pode oferecer, o legislador conferiu a eles regime de proteção mais rigoroso, limitando as hipóteses legais que autorizam o seu tratamento”, diz o comunicado da ANPD.

De acordo com o órgão, a Tools for Humanity encaminhou todos os documentos requeridos e o processo está em fase de análise, sem prazo para terminar. O andamento da avaliação pode ser acompanhado pelo site da ANPD.

O que a World faz?

A World foi fundada em 2019 por Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, e por Alex Blania. Segundo os fundadores, o objetivo é criar uma rede de identificação de humanos para combater as falsificações que serão feitas com o avanço da inteligência artificial.

Por isso, a empresa registra a íris das pessoas – um tipo de identificação biométrica que é impossível de alterar ou falsificar. A imagem é transformada em código criptografado e, a partir disso, as pessoas conseguem uma espécie de credencial, que no futuro poderá ser utilizada por governos, empresas e outras pessoas para confirmar a identidade.

Dez pontos para escaneamento de íris com os orbs da Tools for Humanity foram instalados em São Paulo em novembro do ano passado, em ambientes de alta circulação de pessoas, como shopping centers. Em menos de um mês, 120 mil brasileiros participaram do projeto. Vídeos em que pessoas mostram o processo em troca de criptomoedas viralizaram nas redes sociais na última semana.

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