A Associação Brasileira de Startups terá um novo presidente. A chapa Founders2Founders, apoiada pela atual mandatária da associação, Ingrid Barth, venceu as eleições. O novo líder da Abstartups pelos próximos dois anos será Lindomar Góes, fundador da Proesc.
A semana também contou com anúncios grandes de dois unicórnios brasileiros, que investiram em frentes que não estavam em suas teses iniciais: o iFood reforçou a estratégia de supermercado online com a aquisição de uma participação minoritária na Shopper, e o Nubank lançou sua operadora de celular, NuCel.
A newsletter ainda tem a segunda edição do Venture Capital Master Guide, da ACE Ventures, com informações sobre a visão dos investidores, e os aportes da semana.
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Novo líder
A eleição para a presidência da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) foi realizada nesta quinta-feira (31/10). A chapa Founders2Founders, liderada por Lindomar Góes, fundador da startup Proesc, saiu vitoriosa. O empreendedor assume a presidência no lugar de Ingrid Barth, fundadora do Linker e presidente desde 2023. Camila Florentino, fundadora da Celebrar, assumirá a vice-presidência, enquanto Waldir Junior, CEO da Tributei, ocupará o cargo de CFO.
A troca no comando da associação ocorrerá a partir de 2025. Segundo a Abstartups, dos 500 associados aptos a votar, apenas 14 participaram do pleito. A entidade disse via comunicado que a “nova gestão destaca interesse em transformar o Brasil em uma potência mundial e promover um ambiente de inovação e incentivo ao empreendedorismo”. Um dos objetivos seria fazer o país alcançar o top 3 global em rankings de ecossistemas de startups até 2026. E, quatro anos depois, ter a liderança mundial em criação de startups, inovação tecnológica e atração de capital de risco.
Outra meta é fomentar um ambiente inclusivo e diverso no ecossistema de startups brasileiro. Entre as propostas está a criação de comitês de apoio a mulheres, pessoas negras, indígenas e LGBTQIA+ no empreendedorismo.
Compra do mês
O iFood adquiriu uma participação minoritária na Shopper, uma plataforma de mercado online. Sem detalhes revelados, a transação ainda precisa passar por aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em comunicado, o iFood ressaltou que essa operação representa uma oportunidade para expandir o setor de delivery de itens de mercado, beneficiando consumidores e o ecossistema.
Antes dessa aquisição, o iFood havia estabelecido parcerias com as startups Justo e Daki dentro da vertical de mercados. A Shopper, que levantou significativos investimentos nos últimos anos e tem o GIC (Fundo Soberano de Cingapura) no cap table, está bem posicionada no segmento.
Nova fronteira
O Nubank anunciou nesta semana a entrada no mercado de telefonia, com o lançamento da NuCel, uma operadora de rede móvel virtual (MVNO) que utiliza a infraestrutura da Claro. A parceria foi feita no formato de compartilhamento de receita – cifras e porcentagens por trás da negociação não foram divulgadas. O atendimento ao cliente será exclusivamente realizado pelo Nubank
Os planos da NuCel têm ofertas que vão de R$ 45 a R$ 75 mensais, com a promessa de transparência e facilidade para o cliente, como cancelamento rápido pelo aplicativo. O Nubank inicialmente oferecerá o serviço via eSIM, mas tem planos de disponibilizar chips físicos no futuro.
Eficiência acima de tudo
A segunda edição do Venture Capital Master Guide, compilado pela ACE Ventures, aponta que os quatro principais indicadores acompanhados por investidores após fazer aportes em startups são eficiência operacional (60%), crescimento de faturamento (50%), receita recorrente (50%) e taxa de queima de caixa (45,5%). O levantamento reúne entrevistas com 19 representantes de fundos, como Astella, Norte Ventures e Riverwood Capital.
Pedro Carneiro, sócio e diretor de investimentos da ACE Ventures, diz que os indicadores destacados retratam o momento atual. Segundo ele, a escassez de capital levou ao aumento do tempo entre as rodadas, o que traz relevância maior a critérios como eficiência operacional e queima de caixa.
De acordo com os dados, 60% dos investidores valorizam a transparência nas comunicações, e metade deles apontou que o acompanhamento das empresas investidas é feito por meio de relatórios mensais. 33,5% disseram que mantêm comunicação constante por canais como WhatsApp e e-mail.
Outros destaques da pesquisa podem ser vistos na matéria publicada no site de PEGN.
Aportes
CredAluga. A fintech focada em soluções financeiras para aluguel de imóveis conquistou o seu primeiro aporte, uma rodada seed de R$ 22 milhões liderada pela Caravela Capital e acompanhada pelos fundos Honey Island by 4UM, Norte Ventures, Terracotta Ventures e FJ Labs. Fundada em 2022, a startup presta serviço para imobiliárias no formato B2B2C e oferta um produto de fiança de aluguel para substituir a necessidade de outros tipos de garantia, como fiador e cheque caução. A CredAluga vai direcionar o capital do aporte para preparar a plataforma para receber um volume alto de usuários e dobrar a equipe, com o objetivo de construir uma máquina de vendas e atrair mais clientes para o negócio.
DNA Financeiro. Com soluções contábeis e financeiras baseadas em inteligência artificial, a startup levantou uma captação de R$ 1,2 milhão via equity crowdfunding pela plataforma EqSeed. A rodada contou com a participação de 120 investidores. O aporte será utilizado para iniciativas de marketing digital, criação de programa de indicação e ampliação de parcerias institucionais. Atualmente, a startup atende cerca de 1 mil clientes com a solução de automatização de processos contábeis e fiscais.
Stay. A startup, que atua com o modelo norte-americano de previdência corporativa, anunciou uma rodada seed de R$ 15 milhões, liderada por MAYA Capital e Better Tomorrow Ventures. 17Sigma, grão, Ralicap e o fundo scout da Sequoia também investiram na tese, além de Aaron Schumm e Roger Lee, fundadores de unicórnios do setor nos EUA. A solução já é utilizada por empresas como Cescon Barrieu, Leve Saúde e Agendor. Os recursos serão destinados para dobrar o time e ampliar a oferta do produto em todas as regiões do país, com a meta de aumentar em 10x o número de clientes até o fim de 2024.
OxPay. A fintech que oferece soluções financeiras ao setor de transporte rodoviário recebeu R$ 20 milhões da SRM Ventures, braço de venture capital da SRM Asset. Atualmente, a startup conta com 36 transportadoras e mais de 10 mil motoristas cadastrados. O investimento impulsiona a estratégia de crescimento da startup, que tem o objetivo de dobrar sua base de clientes e aumentar em dez vezes o Total de Pagamentos Volumétricos (TPV) até o fim de 2025. Com a evolução da parceria, a meta da SRM Ventures é investir até R$ 40 milhões na startup.
Central da Visão. A plataforma oftalmológica que faz intermediação entre pacientes de baixa renda e clínicas privadas recebeu investimento de R$ 10 milhões em rodada liderada pelo HT3 Investimentos, braço financeiro do conglomerado goiano de fármacos e logística H. Egídio Group. O novo capital permitirá que a Central da Visão amplie sua presença geográfica, com foco no interior de São Paulo e no estado de Goiás. Atualmente, a plataforma está presente em 31 cidades, operando com 50 clínicas afiliadas e 200 cirurgiões em 14 estados. O objetivo principal é aumentar o número de cirurgias realizadas, passando de 20 mil para 100 mil até 2026.
Oportunidade
SXSW. O Instituto Caldeira, a Dell Technologies e a Intel vão levar quatro startups brasileiras para participar do festival de inovação South by Southwest, nos Estados Unidos, em 2025, com todas as despesas custeadas. Startups de todo o Brasil podem participar da seleção, que escolherá 20 empresas a partir dos critérios de escalabilidade, impacto potencial, tecnologia e time – ter mulheres no quadro executivo e trabalhar com impacto socioambiental são diferenciais. As 20 startups apresentarão seus pitches para uma banca avaliadora que vai escolher as quatro vencedoras. As inscrições devem ser feitas até 10 de novembro pelo site.
