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A Quinta Pet, de alimentação natural para pets, entra no mercado europeu e projeta faturar R$ 25 milhões

Fonte: Redação

De olho no crescimento global do mercado pet, a A Quinta Pet, foodtech brasileira de alimentação natural para cães, está expandindo internacionalmente. Com um investimento de cerca de R$ 500 mil, que também inclui o desenvolvimento de uma nova tecnologia, a startup acaba de desembarcar em Portugal. A meta é quintuplicar o faturamento de R$ 5 milhões para R$ 25 milhões até dezembro deste ano.

De acordo com Tiago Tresca, CEO e cofundador da marca, a ideia de internacionalizar a companhia veio em 2024. “Tivemos um lucro grande e, ao longo do ano, fomos identificando novas oportunidades de crescer. Notamos que as características do nosso produto nos dariam uma competividade muito grande também no mercado europeu, frente a um ambiente dominado pelos congelados e enlatados. Então, decidimos ser agressivos e não perder o timing”, diz Tresca.

Lançado em 2021, o negócio foi criado com o objetivo de oferecer um produto de alimentação natural para pets que não tem necessidade de congelamento. Para isso, a startup apostou em uma tecnologia de envasamento de ingredientes naturais em sachê, o que permite que os produtos cheguem prontos e sem refrigeração até a casa dos consumidores. “Como o Brasil é um país tropical e com um mercado fragmentado, com a grande extensão do território, contar com essa diferenciação foi essencial para nosso crescimento”, afirma o CEO.

Segundo Tresca, a decisão pela expansão internacional ainda foi impulsionada pelo cenário do mercado europeu de pet food. De acordo com o relatório da Mordor Intelligence, o tamanho do mercado europeu de alimentos para animais de estimação foi estimado em US$ 55,02 bilhões em 2024 (cerca de R$ 311,4 bilhões), e deverá atingir US$ 78,88 bilhões (aproximadamente R$ 446,4 bilhões) até 2029.

“É um movimento que aponta uma profissionalização desse cenário. Portugal é um país pequeno, atrai pouca atenção dos grandes players. É a porta de entrada ideal, com vistas a expandir no curto prazo para os países vizinhos”, diz o executivo, que afirma que já está em negociação para levar a marca à Espanha em 2026.

A estratégia da marca no mercado europeu inclui um cardápio diferente do que é comercializado no Brasil, com matérias-primas mais utilizadas na culinária lusitana, tais como brócolis, feijão verde, abobrinha, moelas e óleo de girassol. A produção será local. Os canais de venda serão os mesmos que já são utilizados pela empresa para a comercialização entre os brasileiros, o que inclui distribuição em petshops e o e-commerce da marca, que conta também com uma frente de assinaturas. Em 2024, as assinaturas representaram cerca de 60% do faturamento do negócio no Brasil.

Estratégias para o mercado brasileiro

Aqui no Brasil, a empresa inicia o que Tresca define como segunda fase de seu plano de negócios para crescer no mercado interno. Trata-se do lançamento da Maia, uma assistente virtual programada para conversar com o tutor com o intuito de identificar necessidades e sugerir soluções, tanto para as dietas dos animais quanto para a resolução de outros problemas – para os quais a empresa vai contar com parceiros.

“Por exemplo, o tutor conta para a Maia que o pet está latindo fora do normal ou mordendo os móveis. Ela pode sugerir atividades ou brinquedos interativos de enriquecimento ambiental. Em seguida, ela vai perguntar até quanto o tutor pode pagar e apresentar diferentes opções de produto para a análise, dentro da faixa de preço que ele pode pagar”, explica Tresca.

De acordo com o executivo, a implementação da tecnologia é uma resposta à demanda dos próprios consumidores, que finalizavam cerca de 80% das compras diretas via WhatsApp. “Nesse processo, é importante ser muito rápido. Como nosso time não trabalha 24 horas por dia, notamos essa necessidade de agilizar o contato. Além disso, vimos uma oportunidade de cross selling para expandir nosso tíquete médio. Como ampliar o portfólio não fazia sentido para nós, pois queremos ser especialistas em alimentação, veio a ideia de ligar nosso consumidor aos petshops”, diz.

Segundo o CEO, a empresa fez parcerias com petshops para dinamizar o processo de entrega em até duas horas após a solicitação a partir da inteligência artificial. Mais de 7 mil unidades de produtos já estão na base de dados da IA. A empresa aponta que, neste primeiro semestre, o foco será em produtos. Já no segundo semestre, a IA conseguirá fazer a interface com serviços, como agendamento de banho e tosa e consultas ao veterinário. Com a tecnologia, a meta até o final do ano é crescer 13% ao mês em venda direta (assinaturas) e mais de 20% na distribuição (petshops).

A empresa afirma que a inteligência artificial é alimentada por uma equipe de veterinários e especialistas em nutrição animal, que também interagem diretamente com o tutor para os casos de orientações e reformulações na dieta pet, sobretudo na transição da alimentação industrializada para a natural. Por enquanto, a tecnologia estará disponível apenas no Brasil.

A startup vem crescendo como bootstrap, ou seja, com recursos próprios, e afirma manter o desejo de expandir sem buscar por investidores no curto prazo.

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