Em busca de apresentar a melhor versão de si mesmo, tentar esconder algumas fraquezas pode ser um movimento natural. Especialmente em ambientes profissionais, diversas características podem parecer contrárias à imagem pessoal desejada, como idade, senso de humor, extrema introversão ou extroversão.
Contudo, segundo Andrea Wojnicki, coach de comunicação executiva formada em Harvard e colunista do Inc., as mesmas particularidades que você considera fraquezas podem se tornar suas maiores forças. Para a especialista, com uma comunicação bem pensada, você pode transformar a forma como as pessoas percebem qualquer característica pessoal.
A partir de uma conversa com Jull Avery, professora da Harvard Business School e especialista e branding e gestão de marcas, Wojnicki notou três etapas centrais para transformar fraquezas em pontos fortes. Confira:
1. Identifique suas fraquezas
O primeiro passo é reconhecer o que você considera como um problema na sua marca pessoal. “Autoconsciência é a chave aqui”, diz Wojnicki. A professora de Harvard destaca que a construção da marca pessoal está relacionada com o processo de descoberta dos pontos de diferenciação. “O que faz você se destacar dos outros ao seu redor? Fomos socializados para nos encaixar, mas nosso valor real está em ser único”, afirma Avery.
A especialista em comunicação executiva exemplifica esta etapa: “Um cliente que treinei era autoconsciente sobre sua idade. Ele sentia que seus anos de experiência o faziam parecer ultrapassado. Juntos, reformulamos isso como uma força”, diz. Em reuniões com investidores, ele começou a reconhecer sua idade com confiança e a posicionar suas décadas de experiência como evidência de seu sucesso.
2. Aceite suas imperfeições
Não basta identificar suas falhas, é necessário aceitá-las. “Às vezes pensamos em nossas diferenças como déficits, mas essas coisas geralmente fazem de você o mais memorável ou o ajudam a se destacar na multidão”, aponta Avery. Nesta etapa, o objetivo é aceitar as imperfeições e contar uma história positiva sobre como elas moldaram você.
De acordo com Wojnicki, uma de suas clientes é advogada e apresenta sotaque marcante. Incomodada com a forma como isso interferia em sua imagem profissional, ela optou por mudar a narrativa. Ao invés de mudar sua forma de falar, ela passou a apresentar a característica como uma evidência de sua experiência global.
3. Crie uma nova narrativa
“Elaborar sua narrativa não é sobre memorizar um roteiro. É sobre comunicar estrategicamente suas características únicas”, indica Wojnicki . Para Avery, a narrativa deve focar em como você cria valor de uma forma que ninguém mais pode.
Esta etapa é especialmente relevante ao fazer um pitch para investidores. “Um empresário que treinei se preocupava que sua ampla experiência profissional o faria parecer desfocado. Desenvolvemos uma narrativa que reformulou sua formação variada como um recurso”, exemplifica Wojnicki. O novo posicionamento o ajudou a apresentar sua versatilidade como uma vantagem estratégica.
É importante lembrar que você controla como sua história é contada, e nada o impede de escolher aquela que o diferencia.
