Empreender está na veia do brasileiro. A última edição da publicação Empreendedorismo no Brasil (2023), estudo realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), com base em resultados da pesquisa do GEM (sigla, em inglês, para Monitoramento Global do Empreendedorismo), mostrou que 48 milhões de brasileiros sonham em ter o próprio negócio.
Muitas dessas pessoas não esperam uma oportunidade ideal ou formal para se lançar no empreendedorismo. Elas fazem isso naturalmente, inclusive para ter uma renda extra. Um outro apontamento interessante do estudo revelou que, se em 2020, 49,6% das atividades empreendedoras no Brasil surgiram por necessidade, reflexo da crise provocada pela pandemia de covid-19, em 2023, 61,4% dos novos empreendimentos eram fruto de oportunidades. A expectativa é que esse número continue aumentando nos próximos anos, até chegar aos 70%.
Seja como plano A, plano B ou para reforçar os rendimentos, buscar uma atividade complementar é algo comum entre os brasileiros. Para acertar na escolha do que fazer, entretanto, é preciso levar algumas questões em conta: “A busca pela renda extra envolve ao menos três aspectos importantes na decisão de com o que atuar. Habilidades, recursos e comportamento. Se a pessoa possui experiência, formação ou habilidades em uma área, ela tende a explorá-las, porque é onde se sente mais segura”, afirma Eduardo Curado, gerente de soluções do Sebrae. Serviços autônomos como manicure, fotógrafo, aulas particulares e adestrador de cães são alguns exemplos.
Em relação à disponibilidade de recursos, há negócios que dependem de dinheiro e de bens para acontecer, como motorista de aplicativo, compartilhamento de imóveis (em plataformas como Airbnb), entregadores, costura e aluguel de equipamentos.
Para Lúcio Pires, coordenador de gestão de soluções do Sebrae, quando se trata de comportamento, “pessoas que possuem características empreendedoras, como assumir riscos, liderar pessoas e boa comunicação, as possibilidades para explorar novas atividades aumentam. Algumas delas podem ser comércio ou revenda de produtos em geral, mobilização de equipes para realizar serviços de pequenas obras e organização de eventos”, exemplifica.
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Planejamento mínimo
Embora a atividade para gerar renda extra, a princípio, tenha caráter temporário, vale pensar que não precisa ser assim. Ou seja, é possível fazer dela algo duradouro. É o que sugere Cleber Genero, vice-presidente de pequenas e médias empresas da Serasa Experian. “Um ponto importante para se cogitar é entender a durabilidade do negócio, ou seja, compreender se essa ideia ou segmento se sustenta a longo prazo ou se é apenas uma tendência passageira”, afirma.
O mercado é dinâmico e sempre há novidades para empreendedores mais arrojados. Porém, não custa lembrar, é fundamental que o empreendedor se planeje para tocar o negócio, por menor que ele seja – e ainda que “apenas” para gerar uma renda extra. “É importante estudar o público-alvo, o mercado e o impacto da economia nele”, resume Genero.
Dito isso, ele destaca alguns ramos que podem viabilizar um rendimento adicional para quem busca isso em 2025: alimentação saudável; e-commerce e outros negócios digitais; produtos e serviços focados em sustentabilidade e economia circular como brechós e mercado pet.
“Quando falamos em setores que são tendência é bom avaliar não só aquele serviço específico, mas também serviços adjacentes. Um exemplo prático são as academias. Se numa determina região há várias, vender comida natural ou artigos fitness pode ser uma boa”, diz Cleber Genero.
Dicas para aumentar seu rendimento
Veja algumas ideias do que fazer para ganhar uma renda a mais, de acordo com os especialistas. Muitas delas requerem investimento inicial pequeno, menor que R$ 500, e possibilitam faturamento interessante.
1. Trabalhar com peças de brechó
A economia circular está em alta e traz oportunidades como montar um brechó ou vender peças usadas de vez em quando para levantar uma renda extra. Você pode começar com o que tem à mão, coletando itens entre parentes e amigos e comprando em bazares (para depois revender), e evoluir. Dá para iniciar na garagem de casa ou online e, aos poucos, formalizar e expandir.
2. Monetizar nas redes sociais
Perfis ativos no YouTube, Instagram e TikTok têm potencial para ganhar dinheiro ao produzir conteúdo relevante. Escolha um nicho, faça um planejamento do que deseja fazer, trace metas e crie posts, vídeos e o que mais quiser. A relevância pode aumentar a audiência e o engajamento, o que também atrai parcerias pagas.
3. Atuar como freelancer
Quem trabalha com textos, revisão, fotos, vídeos, design, marketing e “afins” pode oferecer serviços em plataformas que funcionam como “vitrines” para esse tipo de profissional funcionar como freelancer.
4. Hospedar pets no fim de semana
Se você se dá bem como animais e tem um espaço adequado pode se oferecer para recebê-los quando não tiver trabalho, como em fins de semana. Muitos donos de bichos procuram pessoas que amam pets para confiá-los durante um período.
5. Passear com cães
Com organização dá para montar uma agenda para caminhar com pets pela sua vizinhança ou escolher um bairro para fazer isso. Esse serviço é bastante procurado por quem não tem tempo e possui animais que têm necessidade de sair de casa, muitos deles, mais de uma vez ao dia.
6. Atuar como cuidador de idoso
O aumento da expectativa de vida faz dessa atividade algo cada vez mais necessário. Se você possui habilidades com pessoas, paciência e persistência, vale investir em uma formação e oferecer o serviço no seu tempo livre ou fazer dele uma profissão.
7. Professor particular
Quem tem bons conhecimentos em idiomas, instrumentos ou em matérias específicas como matemática, português e química, entre outras, pode gerar um rendimento adicional no mês se oferecendo para dar aulas particulares. Além de oferecê-las em canais como redes sociais, WhatsApp e boca a boca, também dá para se inscrever em plataformas que vendem esse tipo de serviço.
8. Designer gráfico
A crescente demanda digital traz a necessidade de marcas se comunicarem com os clientes e requisita esse tipo de profissional. Ele atua desenvolvendo projetos visuais para comunicação como cartões de visita, panfletos, artes para redes sociais, logomarcas, embalagens e identidade visual, entre outros. Existem cursos, inclusive online, para aprender a atuar nesse ramo, além daqueles para utilizar programas como Photoshop, CorelDraw e ferramentas de edição de vídeo.
9. Confeiteiro (a)
Doces por encomenda podem gerar uma renda extra interessante. Fique de olho em eventos na empresa onde trabalha e nas conversas entre os colegas. Dá para oferecer bolos e docinhos para aniversários e outras celebrações. Se o seu local de trabalho permitir também é possível vender bolos de pote, brownies, brigadeiros e outras sobremesas para os funcionários.
10. Maquiador (a)
A digitalização dos negócios trouxe a necessidade de as marcas mostrarem pessoas para divulgar produtos e serviços e elas devem transmitir uma boa imagem na tela. Por isso, a maquiagem passou a ser ainda mais valorizada. Além disso, esse profissional ainda pode atender eventos como festas, casamentos e formaturas. E pode ter essa atividade em paralelo ao trabalho principal para fazer uma renda extra.
11. Animador de festas
A mais comum é a de aniversário infantil, mas vale também para festa de qualquer idade, além de celebrações de formaturas, despedidas de solteiro, inaugurações, eventos de lançamentos de produtos ou serviços. Para ser animador(a) ou, para eventos mais formais, como mestre de cerimônia, é fundamental ter carisma, bom humor, desenvoltura e facilidade para lidar com o público.
12. Fazer e vender marmita congelada
Muitas pessoas não têm tempo ou habilidade para cozinhar no dia a dia e buscam opções saudáveis para se alimentar. Você pode focar em um nicho como o fitness, vegetariano, vegano, ou para quem tem restrição alimentar, por exemplo. Investir em boas embalagens e entregas organizadas atrai a clientela.
13. Costureiro (a)
Se você tem essa habilidade, aqui está uma boa oportunidade de colocá-la em prática. Roupas por encomenda e, principalmente, ajustes – fazer a barra, apertar cós, customizar uma peça – são serviços bastante procurados e que você pode encaixar na sua agenda para gerar renda extra.
14. Revenda de semijoias
Elas são bem mais acessíveis do que as joias, e têm design bem parecido com elas. Por isso, são relativamente fáceis de serem comercializadas, sobretudo para o público feminino que quer ter uma peça estilosa, mas não necessariamente desembolsar muito por ela. Se você se relaciona com diferentes círculos de pessoas, pode fazer desse um negócio para encorpar seus rendimentos.
15. Dublador (a)
Quem tem uma boa voz pode investir em um curso de dublagem para atuar nesse segmento como um complemento de renda. O trabalho pode incluir narração de audiolivros e dublagem de animações e filmes. Como um bom microfone e programa de edição de som, é possível até fazer de casa.
16. Massagista
Principalmente no pós-pandemia, as pessoas estão mais inclinadas a cuidar da saúde mental – e uma boa massagem ajuda nisso, além de cuidar do corpo também. Massoterapeutas podem atender em clínicas e em domicílio (para isso deve ter uma maca portátil e uma forma de transportá-la). É preciso investir em formação.
17. Bordado à máquina
Várias empresas de moda terceirizam esse trabalho. Quem tem habilidade pode aprender a operar o equipamento, comprar um, se for uma exigência, e pegar “pacotes” de peças para atender o cliente.
18. Aluguel da casa ou de um cômodo
Serviços de plataformas como Airbnb e similares estão cada vez mais populares. Você pode conseguir um dinheiro a mais no mês locando sua própria casa ou um quarto.