Quais são os principais desafios e oportunidades da captação com grandes empresas? Esse tópico e mais detalhes sobre o universo do Corporate Venture Capital (CVC) foram debatidos durante uma live realizada por Pequenas Empresas & Grandes Negócios (PEGN) nesta quinta-feira (15/08).
O encontro virtual faz parte da iniciativa 100 Startups to Watch 2024, lista elaborada anualmente por PEGN e Época NEGÓCIOS, em parceria com EloGroup e Innovc, para eleger as startups mais promissoras do ecossistema de inovação brasileiro. Após o encerramento das inscrições, no último dia 31 de julho, as startups agora passam por etapas de validação e avaliação por um time de especialistas, que analisam os seguintes critérios: grau de inovação, potencial de mercado, negócio, equipe e maturidade da solução. O resultado será divulgado na edição de outubro de PEGN.
Participaram da conversa Denisson Felipe, cofundador da Vixting; Livia Brando, sócia e diretora da Vox Capital; e Otávio Vianna, gerente sênior da EloGroup, com mediação de Juliana Ventura, editora-executiva de PEGN.
Diferença do Corporate Venture Capital (CVC) e Venture Capital (VC)
Segundo Vianna, a diferença entre ambas as modalidades parte de um princípio conceitual, a partir da origem do capital. “Quando se fala do Venture Capital (VC) tradicional, a gente está falando, normalmente, de algum fundo privado. Com diferentes tipos de investidores, novos entrantes e novas empresas. E, normalmente, esse VC investe em startups buscando um retorno financeiro. O objetivo estratégico, nesse caso, é buscar uma valorização do capital investido naquela startup, pois depois de algum tempo ela vai se valorizando. Assim, o investidor pode ter uma estratégia de saída para ser remunerado com isso”, explica.
Já com o Corporate Venture Capital (CVC) acontece uma mudança da origem do capital. Nesse caso, quando uma grande corporação investe um valor em uma startup, ela espera um retorno para além do financeiro, visando devolutivas estratégicas à sua organização. Como entrar em um novo mercado de atuação ou adquirir novas tecnologias, por exemplo.
Logo em seguida, Brando parte para uma análise do momento atual dessas modalidades de investimento. “Estamos falando de investimentos de longo prazo. Eles vieram após um boom das startups, em 2020 e 2021. Hoje, a gente já tem mais de 150 CVCs pelo Brasil e na América Latina, é um número bastante expressivo. Eu vejo que é um momento muito positivo para as empresas que buscam por inovação, usando seus investimentos em prol de novas tecnologias”, explica.
No entanto, segundo a sócia e diretora da Vox Capital, é necessário que as organizações tenham cautela para não se arriscarem em um ecossistema novo. “Muitas empresas entraram nesse boom e já saíram, não deram nem tempo de maturarem seus investimentos. É preciso entender como esse veículo opera e se ele alavanca [realmente] a sua corporação. [Mas o VC e CVC] são formas de se inovar com uma expertise externa. Para o setor, a expectativa é de uma melhora, mas esse ano ainda será difícil por conta do contexto de macroeconomia. Já saímos de uma depressão e vemos uma ponta mais ascendente”, afirma.
Para Denisson Felipe, cofundador da Vixting, uma das formas de rastrear essas boas oportunidades de investimentos é ficar atento às organizações operantes no setor. “É preciso se conectar com o ecossistema da startup, visualizar os hubs de sua operação e quais parceiros poderiam financiar o seu projeto. Networking, eventos, trocas de contatos e conexões com pessoas que estão nesse mundo de investimentos, inovação e tecnologia são algumas das formas [de ficar de olho em chances de expandir o negócio]”, pontua.
Confira a live na íntegra: