Portal BEI

10 passos para ganhar dinheiro com marmitas

Fonte: Redação

A busca por refeições equilibradas e, de preferência, com jeito e sabor de comida caseira vem ganhando espaço no Brasil. Segundo o iFood, a categoria “marmita” foi a que mais cresceu em número de pedidos em 2024, com alta de 18% em todo o país. O nicho ficou atrás de itens de padaria, com 11% de incremento.

A plataforma divulgou, com exclusividade para PEGN, que o almoço é o período em que as pessoas mais buscam por marmitas, com 44 milhões de pedidos, seguido pelo jantar, com 4,8 milhões.

“A praticidade e a relação custo-benefício fazem das marmitas uma escolha popular na hora das refeições, especialmente entre trabalhadores que buscam pratos equilibrados e acessíveis”, afirma Jane Costa, analista de Competitividade do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Há muito a ser trabalhado no segmento de marmitas e, de acordo com Reynaldo R. Zani, especialista do mercado de food service, consultor e professor de pós-graduação do Senac-SP, vale ficar de olho nas tendências para se diferenciar: “Valorização de ingredientes regionais; adoção de questões relacionadas à sustentabilidade; oferta de alimentos saudáveis; ‘gourmetização’ e uso de tecnologia para facilitar a operação, como aplicativos de entrega, são pontos importantes. Quem deseja empreender no ramo deve observá-los”, aponta.

Veja o passo a passo para empreender com marmitas:

1. Faça um plano de negócios

Reynaldo Zani lista algumas etapas:

  • Estude o mercado: avalie a demanda da região, concorrentes, opções disponíveis de plataformas de entrega nessa área;
  • Defina o público-alvo: identifique se sua empresa vai atender majoritariamente trabalhadores, estudantes, famílias ou outro grupo específico. Isso deve ajudar a decidir pelo tipo adequado de produto, os preços praticados e a composição do cardápio;
  • Faça uma análise financeira: estime custos iniciais (equipamentos, ingredientes, licenças) e mensais (aluguel, funcionários, insumos, impostos, entrega) para não tomar sustos durante o percurso.
  • Providencie os trâmites legais para sua empresa de marmita funcionar: escolha e registre o nome dela, formalize-a (abrindo uma MEI, por exemplo) e obtenha licença da Vigilância Sanitária).

Abertura de empresas:

2. Defina a infraestrutura

Escolha uma localização estratégica: caso haja venda presencial, priorize a proximidade a áreas de grande fluxo de pessoas, como escritórios, escolas e indústrias. Monte uma cozinha funcional, garantindo espaço adequado para os processos de armazenamento, preparo e entrega das marmitas.

3. Planeje o cardápio

Decidir qual tipo de marmita oferecer requer uma análise cuidadosa do mercado, conhecimento do público-alvo e uma avaliação da capacidade logística e financeira do seu negócio. “Focar um nicho pode ser uma estratégia eficaz porque muita gente busca opções específicas. Isso permite que você se posicione como especialista na área. Entretanto, oferecer um cardápio diversificado pode atrair uma base de clientes mais ampla. Garantir qualidade e inovação sempre será essencial para fidelizar clientes, qualquer que seja o caminho escolhido”, acredita Jane Costa, do Sebrae.

Dito isso, alguns segmentos que podem funcionar são o de marmitas fitness, para dietas específicas (low carb, vegetariana, vegana, sem glúten e lactose), ou com ingredientes orgânicos e para bebês, por exemplo.

4. Avalie os pontos fortes e fracos dos menus

Prós: facilita o controle de estoque, reduz custos e garante mais agilidade na produção e na entrega. Facilita o planejamento de preparo e os processos de separação. Torna a compra do cliente mais simples.

Contras: pode limitar o alcance do público e deixar de atender algumas demandas específicas. Exige inovação e renovação periódicas para não perder recorrência dos clientes.

Prós: atrai diferentes perfis de clientes e permite atender a diversas preferências alimentares.

Contras: pode gerar maior desperdício de ingredientes, aumento nos custos operacionais e complexidade na gestão da cozinha.

5. Pense no tamanho da marmita

Essa definição impacta na satisfação do cliente, nos custos de produção e na estratégia de preços, por isso, é importante prestar atenção a alguns tópicos, conforme sugere Jane Costa, do Sebrae. “Observe o tamanho das marmitas oferecidas pelos seus concorrentes, porque isso pode dar uma ideia das preferências dos seus potenciais consumidores. Considere o público que está mirando – produtos voltados a frequentadores de academia, por exemplo, podem precisar de porções maiores e mais ricas em proteínas, enquanto quem procura por emagrecimento deve preferir porções menores”.

6. Escolha as embalagens e o sistema de entrega

Elas desempenham um papel essencial na experiência do cliente. Por isso, precisam ser funcionais, térmicas, seguras e adequadas ao transporte. Boas embalagens preservam a temperatura e a apresentação da comida, o que aumenta a satisfação de quem vai receber a comida. Vale lembrar que opções sustentáveis vêm ganhando a atenção do consumidor. Outra questão importante é trabalhar bem a entrega. Contar com um sistema de logística eficiente garante agilidade e pontualidade, algo fundamental para atrair e reter a clientela.

7. Faça um exercício de precificação

Essa tarefa costuma ser um desafio para o empreendedor, mas não há mistério. De acordo com o especialista Reynaldo Zani, umas das formas práticas de fazer o cálculo é considerar o peso de cada componente da marmita. “Por exemplo: uma receita de 1 kg de feijão rende aproximadamente 2,5 kg de feijão pronto. Imagine que a receita pronta renderá 16 marmitas, se cada uma delas tiver 150 g de feijão pronto. Se o custo da receita de 2,5 kg de feijão pronto (considerando todos os ingredientes) for de R$ 28, cada marmita terá R$ 1,75. Faça essa conta com todos os itens da marmita e terá o custo total”, explica.

Jane Costa orienta que depois de definir esse custo é preciso somar o valor das embalagens, custos operacionais (energia elétrica, gás, água, transporte e mão de obra), é hora de aplicar a margem de lucro compatível com o mercado, em geral, entre 20% e 40%. “Se o custo da marmita for de R$ 10 e a margem escolhida for de 30%, o preço final seria de R$ 13. Esse cálculo deve ser revisado regularmente para ajustar preços conforme a variação de custos e a concorrência”, diz ela.

8. Cuide dos detalhes

Busque fornecedores confiáveis, priorizando a qualidade e o custo-benefício. “Ao negociar volumes maiores é possível reduzir custos”, aponta Costa. Além disso, criar processos padronizados para a preparação e o armazenamento dos alimentos ajuda a garantir o sabor e a apresentação.

9. Trabalhe a comunicação

Faça um planejamento de como irá divulgar sua marca e seus produtos. É importante marcar presença nas redes sociais e em plataformas de delivery, além de um bom ranqueamento em pesquisas do Google. “Invista em marketing digital: compartilhe fotos atraentes das marmitas, depoimentos de clientes e promoções nas redes sociais. Anúncios segmentados podem atrair clientes locais. É bom, ainda, firmar parcerias com academias, empresas ou coworkings para oferecer descontos ou combos personalizados. Também dá para implantar programas de fidelidade para incentivar a recompra”, sugere Jane Costa.

10. Dê atenção ao cliente

Ouvir as sugestões do consumidor, além de ser uma boa prática de atendimento, pode render bons inputs para o negócio. “Mantenha canais abertos para feedback – reclamações, sugestões e elogios para garantir que o consumidor esteja sempre satisfeito”, conclui Zani.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Telegram
+ Relacionadas
Últimas

Newsletter

Fique por dentro das últimas notícias do mundo dos negócios!