Educação financeira: a importância da disciplina para alcançar objetivos
O consumo é uma realidade presente na vida de todos nós, mas a educação financeira está ainda muito além do desejado.
Consumimos de tudo, o tempo todo. Água, comida, vestimenta, transporte, energia… Desde as necessidades básicas até as vontades mais singulares, todos nós precisamos consumir bens e serviços. Todavia, se o consumidor não tiver uma educação financeira adequada, com certeza ela cairá em armadilhas. E essas ciladas prejudicarão seu equilíbrio financeiro e logo ele estará com as contas no vermelho.
Assim, é indiscutível que a educação financeira desempenha um papel crucial na vida das pessoas, físicas e jurídicas, óbvio. No entanto, não são poucos que ainda subestimam a importância de desenvolver habilidades e conhecimentos nessa área.
Lei da educação financeira para bancos
A Lei 14.690, de 3 de outubro de 2023, impôs ao Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio do Banco Central (BC), a responsabilidade pela regulação de medidas de educação financeira como forma de prevenção ao inadimplemento das operações e do superendividamento. A medida será obrigatória em 1º de julho de 2024. Dentro das ações educativas, deverão ser abordadas as seguintes: prevenção ao inadimplemento de operações e ao superendividamento; organização e planejamento do orçamento pessoal e familiar; e formação de poupança e resiliência financeira.
Neste sentido, sabe aquelas metas de início de ano que muitas pessoas se propõem a fazer? Mas, que com a correria do dia a dia elas vão sendo deixadas de lado? Na visão de Wagner Gomes, gerente comercial da Brasilprev Seguros e Previdência, o controle das finanças pessoais é uma dessas metas. “Mesmo com todas as despesas que se acumulam, é fundamental traçar um plano e conquistar a disciplina financeira, que tem a ver com consumo saudável e consciente”.
Índice de educação financeira
Neste sentido, para ajudar as pessoas a ter educação financeira, que é como ter saúde física, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) dispõe da plataforma Meu Bolso em Dia. No ambiente, gratuito, o consumidor tem acesso a uma gama de recursos valiosos para aprimorar sua educação financeira, como cursos e vídeos.
Outra ferramenta interessante é o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB). Esse recurso permite que o consumidor faça um diagnóstico individual de sua educação financeira, identificando possíveis vulnerabilidades em seu planejamento econômico. Com base nesse diagnóstico, a plataforma oferece a possibilidade de personalizar estratégias para solucionar as dificuldades financeiras e alcançar o reequilíbrio necessário.
E, quando o assunto é educação financeira, na internet existem centenas de livros, vídeos, podcasts com diversas informações sobre o tema. Ao ser questionado por “onde começar”, Wagner Gomes, da Brasilprev, é enfático: “Sugiro uma reflexão com base em recomendações inspiradas no livro ‘O Homem Mais Rico da Babilônia’, de George S. Clason“.
Dicas de saúde financeira
Com base nessa orientação, Wagner Gomes elenca as principais dicas para os consumidores atingirem educação financeira, de uma vez por todas. São elas:
1ª dica: guarde pelo menos 10% de tudo o que ganha para criar um “cofrinho mágico”, para que o seu dinheiro cresça sozinho. Importante! Não vale receber sua renda e deixar para guardar só no final do mês, se sobrar. Se fizer isso é quase certo que você não conseguirá guardar nada. Assuma o controle das suas finanças e guarde 10% da sua renda imediatamente após receber suas remunerações do trabalho ou de algum projeto.
2ª dica: aprenda a viver com 90% ou menos da sua renda total, porque se você gastar tudo o que ganha, você vai ficar sempre na famosa “pindaíba.”. Acredite! Você consegue viver com menos recursos financeiros mensalmente e ainda ser feliz. E não, você não precisa se tornar um monge budista ou um eremita para conseguir economizar.
Despesas fixas e variáveis
Quando o assunto é educação financeira, é importante classificar as despesas como “fixas e variáveis”, priorizando aquelas essenciais para a sobrevivência e bem-estar. “O segredo está em tentar reduzir ao máximo as despesas variáveis, sem comprometer a qualidade de vida. Por exemplo, você realmente precisa daquele plano de internet mais completo, de todos os streamings que foi assinando para acompanhar alguma série ou do plano de TV caríssimo com mais de 100 canais se sempre você assiste 2 ou 3 canais? Você realmente precisa daquele delivery de pizza toda semana, se você pode cozinhar algo mais saudável e barato em casa? Você realmente precisa daquele cartão de crédito cheio de juros e parcelas que foram originadas com a compra de produtos que estão encostados nos cantos dos armários da sua casa?”.
O especialista sugere que o consumidor sempre faça essas perguntas a si, reduzindo assim os gastos supérfluos, e segue com as orientações:
3ª dica: invista o seu dinheiro em negócios que ofereçam uma renda segura e constante, aproveitando o poder dos juros sobre juros. Os juros compostos são como uma mágica financeira que transforma pequenas quantias em grandes fortunas ao longo do tempo. Eles são frequentemente chamados de “a oitava maravilha do mundo” devido a seu incrível poder de multiplicação. “Por exemplo: se investir R$ 500 por mês durante 10 anos com uma taxa de juros de 1% ao mês, o valor poupado será aproximadamente R$ 116.169. Você investiu R$ 60.000, mas acredite, os juros compostos praticamente dobram o valor investido. Portanto, comece a investir cedo e aproveite o poder dos juros compostos”, explica Wagner Gomes.
Conhecimento sobre investimento
4ª dica: invista apenas em áreas nas quais tenha conhecimento ou possa contar com a ajuda de pessoas experientes e confiáveis, porque se você investir em coisas que não entende, pode perder tudo. Fuja dos investimentos que parecem “bom demais para ser verdade! Todos os dias temos exemplos de retornos mirabolantes para alguns investimentos na internet, nas mídias sociais, WhatsApp etc. Acredite, são as famosas “pirâmides financeiras”. Lembre-se: dinheiro fácil é como unicórnios – todo mundo quer, mas ninguém viu um de verdade.
5ª dica: tenha um plano de seguros realista, porque imprevistos acontecem e você não quer ficar na mão. Faz parte das nossas vidas superarmos situações inesperadas. Seja uma relação trabalhista que foi interrompida, um projeto profissional extinto ou adiado, ou mesmo um problema de saúde familiar inesperado. Portanto, sempre é recomendável ter uma reserva financeira de um valor que totalize entre seis meses e doze meses da sua remuneração mensal. Para rentabilizar essa reserva financeira existem investimentos mais rentáveis que poupança com boa liquidez e bons retornos.
Avalie também contratar um seguro do automóvel, um seguro de vida, um plano de saúde com uma boa relação custo benefício e um plano de previdência privada.
Aumentando a renda
6ª dica: continue trabalhando de diferentes formas e meios para aumentar a sua renda, porque quanto mais dinheiro você ganha, mais dinheiro você pode guardar e investir. A tecnologia vem mudando drasticamente o mercado de trabalho nos últimos anos. Uma coisa é certa, você precisará continuar estudando, adquirindo conhecimento de ferramentas que tornam sua atividade mais produtiva.
Por fim, quanto mais especialização a pessoa tem, maior será a renda da pessoa. Em suma, investir no conhecimento da inteligência artificial, na utilização de dados e na análise crítica pode ser uma alternativa viável.
“A mensagem principal é: saia da inércia e dê o primeiro passo. Seja com uma, duas ou três dicas, ou mesmo um pouquinho de todas. Você irá se surpreender com os resultados ao longo do tempo. O importante é ter em mente que uma boa educação financeira irá contribuir muito para o seu bem-estar e o da sua família. Bora começar?”, convida o gerente da Brasilprev, apaixonado por difundir a cultura da educação financeira e ajudar as pessoas a realizar os seus projetos de vida.