Funcionários contam com o apoio público do presidente Roberto Campos Neto e dos demais diretores da instituição
PEDRO LADEIRA / AFP
Fachada do Banco Central do Brasil
Por meio de nota, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (SINAL) informou que foi realizada uma assembleia em que ficou acordado o estado de greve geral no órgão. Uma outra reunião deve definir se de fato os servidores paralisarão as atividades. A decisão ocorre em resposta à análise do texto aprovado da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e das mudanças solicitadas para a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024. No caso, os auditores fiscais da Receita Federal e da Polícia Federal obtiveram concessões no texto e podem receber propostas salariais do governo nos próximos dias, enquanto os funcionários do Banco Central (BC) foram excluídos dessas possibilidades. Em 2022, a categoria chegou a parar por 90 dias por reajuste salarial e reestruturação da carreira, sem qualquer resultado junto ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Neste ano, a regulamentação da lei sobre bônus de produtividade dos auditores fiscais da Receita Federal, em junho, elevou a insatisfação dos funcionários do BC, que contam com o apoio público do presidente Roberto Campos Neto e dos demais diretores da instituição. Em operação padrão, desde julho o movimento já tem afetado diversas divulgações estatísticas da autoridade monetária e instituições financeiras já sentem a demora no andamento de processos junto ao órgão regulador. De acordo com o SINAL, a evolução para uma greve geral pode prejudicar a manutenção do PIX, com riscos à continuidade do serviço. A possível paralisação também deve afetar a conclusão de projetos em curso, como o Drex, a supervisão de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo e a regulamentação de ativos virtuais, que entrou em consulta pública nesta semana.
Embora o governo Lula tenha autorizado a realização do primeiro concurso para o BC desde 2013, com 100 vagas, a categoria deseja uma reestruturação da carreira antes da realização do certame. Além do bônus de produtividade, os funcionários da autoridade monetária pedem a exigência de ensino superior para o cargo de técnico na autarquia e a alteração da nomenclatura do cargo de analista para auditor.
*Com informações do repórter David de Tarso