Deputados federais de oposição ligados ao bolsonarismo acreditam que 2023 foi um ano para “aprendizado”, principalmente por contarem com muitos parlamentares em primeiro mandato.
A ideia é que, em 2024, as disputas sejam mais aguerridas. Inclusive, porque será ano de eleições municipais, que na avaliação dos políticos, devem ser tão polarizadas quanto o último sufrágio.
Um parlamentar da bancada evangélica afirmou que os objetivos alcançados em 2023 pela oposição aconteceram em cima dos “erros” da base governista. “Conseguimos muitas aprovações pela falta de organização deles, mas precisamos fazer uma autocrítica e ganhamos experiência”, comentou.
Uma das derrotas da oposição, principalmente para a bancada evangélica, se deu na aprovação da regulamentação do mercado das apostas esportivas virtuais.
O projeto de lei aprovado inclui os sites de cassinos on-line, malvistos pelos parlamentares evangélicos. O dispositivo chegou a ser retirado no Senado, mas foi reincluído em votação na Câmara na última quarta-feira (21).
As negociações para fazer a alteração no texto começaram na noite terça-feira e se estenderam até a madrugada de quarta. Muitos deputados relataram dificuldade em explicar para suas bases eleitorais a aprovação da medida.
Já os deputados da “bancada da bala” –também em dezembro– conseguiram retirar do texto da reforma tributária um trecho que estabelecia o imposto seletivo (IS) sobre armas e munições. O chamado “imposto do pecado” iria aumentar o custo desses produtos.
Para o próximo ano, avaliam integrantes da oposição, o governo pode até conseguir apoio de oposicionistas em pautas econômicas consideradas “liberais”. Porém, mesmo com a inclusão em ministérios de indicados do Partido Progressista e o Republicanos, não há chances de avanço em pautas de “costumes”. Essa temática, para alguns parlamentares, deve ficar mais sensível com as eleições municipais.